dgzin abre o jogo após saída da LOUD: “Pensei em parar”

Pouco mais de três meses após a saída da LOUD, Douglas "dgzin" Silva decidiu dar mais detalhes sobre o assunto e também sobre o novo momento na Team Solid, que está viva na disputa por vaga ao VCT Ascension Americas 2025 no LCQ Americas. Em entrevista exclusiva ao THESPIKE Brasil (veja completa em vídeo abaixo), o jogador explicou que foi surpreendido e não concordou com a decisão da própria LOUD em tirá-lo da lineup depois do fim do VALORANT Champions Tour 2025 - Americas Stage 1.

“Foi um sentimento que eu não estava esperando. Eu tomei um susto quando descobri [que estava fora da LOUD]. Eu fiquei muito chateado porque na hora eu não concordei com algumas coisas que foram ditas porque não faziam sentido e também não eram verdade. Então acho que isso me deixou um pouco mais chateado, de ouvir de pessoas que eu admirava muito, coisas que não eram verdade. Esse sentimento ficou um pouco guardado no meu peito. É um assunto muito delicado, mas eu tenho muito carinho por todos lá. Gosto muito dos caras, falo do time dos moleques lá e até da staff também. Acho que os caras só estavam meio confusos sobre o resultado. Querendo ou não, você entra em uma organização dessa, é foda. É muita pressão de resultado imediato. Acaba que, se você não entrega, alguma mudança tem que ser feita, e infelizmente na vez fui eu. Eu sei que, mano, no meu dia a dia ali eu estava sempre dando o máximo com os moleques. E isso era algo que transparecia para as pessoas de fora. Qualquer oportunidade que eu estava defendendo a camisa [da LOUD], eu dava minha vida e deixava muito claro isso. Então foi um sentimento meio estranho, de você ficar sem entender assim. Mas é esport, não dá para fugir muito disso”, afirmou o jogador.

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▶ Idas e vindas às franquias

A passagem pela LOUD foi a segunda de dgzin nas franquias do VALORANT, já que atuou pela FURIA entre 2022 e 2023. De acordo com ele, os motivos passados pelas duas organizações para tirá-lo não foram baseados em questões de jogo, e sim em mentiras relacionadas ao lado externo. Por conta disso, o jogador revela ter “muito ódio guardado” em relação às duas situações e também ao desejo de ‘dar a volta por cima’ no cenário brasileiro do game.

“É muito frustrante porque as duas vezes que eu fui retirado [das franquias], foram por alguns motivos que não se referiam a jogo. São algumas coisas externas que as pessoas deduzem, que são totalmente mentiras, que são coisas que não acontecem. Depois dessa última vez da LOUD, eu tinha pensado em parar um pouco porque não é possível que eu tenha tanto azar assim. Eu não achei que mandei mal, mas também não achei que fui perfeito [na LOUD]. De tudo que estava rolando, eu tinha certeza que eu estava dando meu 100% máximo, máximo. Quem acompanhava de perto via. Qualquer atividade ali eu estava 100% para cima, motivando os moleques, porque era uma parada mais caótica assim. 0-5 é difícil. Você começa a pensar demais, você cria bastante coisa, acha que o problema está em um monte de coisas, começa a ter um monte de desculpa. Quando rolou isso [voltar para o tier 2], dá uma desanimada porque você tem que fazer tudo de novo. Meio que isso dá uma quebrada na sua imagem, né, duas oportunidades e, em uma, nem acabou o ano, eu fui tirado. Aí tem que voltar, fazer as paradas tudo do zero de novo... tem que ter muita fé. O que me faz acreditar é que eu tenho muita fé no meu talento. Eu sei que as coisas não são fáceis. Eu sinto que eu só não parei de jogar VALORANT ainda porque, essas coisas que eu almejo e tenho como objetivo, um dia vão ser concluídas com meu foco, com a minha persistência. Costumo acreditar bastante nisso”, explicou dgzin.

“É meio estranho falar essa parada, mas todas as decisões nas quais me tiraram, os resultados depois não foram positivos — tanto na FURIA, quanto na LOUD agora. Eu sei que isso não tem nada a ver porque, às vezes, quando está um caos e quando não é o seu momento de brilhar, você não vai brilhar, você vai ter que esperar. Senti que foi isso. Mas, cara, o que eu tenho hoje em dia, para ser bem honesto assim, é muito ódio guardado. É até ruim falar isso, mas eu tenho muitas coisas guardadas que aconteceram comigo de uma forma que eu não consigo me defender. Aí você tem aquele sentimento de impotência, então você guarda bastante esse sentimento e tenta provar todo dia ali. É o que eu falo para os moleques [da Team Solid]: 'Eu não estou aqui para ganhar, eu estou aqui porque eu preciso ganhar'. É um sentimento totalmente diferente. Então, se a gente tem um treino, eu levo 200% a sério. Uma partida que a gente perde para alguém, aquilo me deixa puto duas vezes mais porque eu realmente quero ganhar, porque eu sei do meu talento, sei das coisas que eu posso atingir. Cada vez que vou perdendo algumas partidas ou alguma coisa importante, eu sinto que são passos para trás. Estou usando esse sentimento como um combustível”, completou.

▶ Imagem negativa nos bastidores

Mas, afinal, preocupa a possibilidade de estar “queimado” no cenário brasileiro de VALORANT após duas passagens frustrantes pelas franquias do jogo? Segundo dgzin, sim, preocupa porque é algo que ele revela não controlar e não ter poder sobre as informações que são ditas a respeito dele.

“Me preocupa um pouco porque eu conheço como funciona nos bastidores. Muitas coisas que acontecem de verdade não são ditas por inúmeros motivos. Talvez as pessoas tenham medo de se posicionar ou só aceitam que é para ser e já era. Eu fico com um pouco de receio porque são coisas que, se não chegarem até a mim e a pessoa não chegar para conversar comigo, meio que ela vai acreditar nas coisas que são ditas por terceiros e aquilo vai virar uma verdade. Não vai ter como eu me defender de algo que estão falando sobre a minha pessoa. Então, tipo, uma coisa que eu aprendi muito com a minha mãe é que, se eu tenho a consciência tranquila do que eu sou, do que eu faço, do meu esforço, eu não preciso me preocupar. Só que aqui é um jogo, então você depende de outras pessoas. Se você for contratado por outra organização, outras pessoas vão ter um feedback e talvez isso seja algo negativo. Duas passagens [pelas franquias], uma foi desse jeito, agora assim, eu sei que rola um pé atrás. Com certeza. Mas é aquilo, né, se a organização quiser mesmo contratar, ela vai entrar em contato igual foi com a LOUD. Acho que nada é à toa. Infelizmente você não consegue responder todas as perguntas porque elas envolvem coisas de outras pessoas, então você fica nesse meio termo de não falar tanto, mas falar a sua parte. Eu tenho certeza e ciência das coisas que eu faço. Só me assusta um pouco porque são coisas que às vezes não vai ter como me defender. Mas, se um dia a pessoa chegar para mim, aí sim vira uma conversa na qual ela vai saber a verdade de fato”, disse.

▶ Retorno às franquias em 2026?

Por fim, até mesmo levando em consideração essa questão de poder estar “queimado” no cenário, dgzin respondeu se tem expectativa de voltar a disputar o VCT Americas em 2026, seja com a Team Solid por meio do Ascension ou não.

“Sendo bem honesto e talvez eu esteja um pouco pessimista, não vou mentir, eu não penso [em voltar para as franquias em 2026], a não ser que seja pelo Ascension. Acho que a única coisa que eu coloquei como objetivo e meta para mim seria voltar só desse jeito. Eu não consigo visualizar [de outro jeito]. Pode ser um momento ruim meu de não conseguir acreditar nisso, por mais que eu me considere bom, por mais que eu ache que eu esteja mandando bem, eu acho que hoje em dia está mais num momento dos moleques mais novos, que são os talentos que estão surgindo, de terem a oportunidade deles. Eu tive duas [oportunidades nas franquias] e duas não rolaram da maneira que eu achei que rolariam. Então isso, para uma organização, acaba pesando na balança. Para mim, eu coloco só como objetivo o LCQ, o Ascension e, se Deus quiser, poder voltar para a franquia dessa forma”, concluiu.

▶ Confira a entrevista completa de dgzin em vídeo:

A Team Solid de dgzin e companhia vai disputar o LCQ Americas, que será realizado entre os dias 4 e 7 setembro com outras três organizações: LOS, RED Canids e Corinthians Esports. Em jogo estarão duas vagas para o VCT Ascension Americas 2025, marcado para acontecer de 17 a 26 de outubro na cidade de São Paulo.

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