shaW projeta 'nova' FURIA: “É um bom time e vai se provar”

A FURIA entra pressionada por resultados no VALORANT Champions Tour 2025 - Americas Stage 2. Apesar de não ter o elenco completo na estreia pelo torneio regional de VALORANT, a organização montou um projeto pensado a médio e longo prazo, mas com a consciência de que vai precisar mostrar resultados em pouco tempo. É dessa maneira que explicou o coach Ian "shaW" Jardim, em entrevista ao THESPIKE Brasil, sobre a forma como esse novo time dos Panteras foi montado.

“Eu tenho sempre um marcador mental do quanto eu acho que uma equipe está dentro do teto dela, do que seria dentro de um 100%. Essa equipe [FURIA] é óbvio que é pensada no médio para o longo prazo. A prova disso é a idade dos meninos, mas a gente também entende que, dentro do sistema de franquias, você precisa ter resultados que sejam tangíveis e que justifiquem manter um core ou manter aquela equipe. E a prova disso é que todas as equipes no mundo mudam split pós split. Então, é uma equipe pensada sim no médio para o longo prazo, mas eu encarei o seguinte: tenho um mês e meio com os moleques para poder treinar. Nesse um mês e meio, eu quero atingir pelo menos 60-70% do que a gente pode ser. E eu sinto que a gente chegou nisso”, explicou shaW.

“A nossa ideia é pegar playoff, ir para o Champions. Essa é a nossa meta. A gente está em um grupo que é extremamente difícil, mas a gente já entende que conseguimos chegar nesse 60-70% de teto da equipe por conta dos resultados dos treinos e como a gente sente que estamos jogando o jogo contra algumas equipes. O nosso foco é um trabalho a longo prazo sim, mas todos nós estamos objetificando o agora. O que a gente consegue dar agora. A gente quer dar resultado agora, ponto. Indiferente se a gente é novo ou não”, complementou.

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Na FURIA, a exigência por resultados a curto prazo chegou ao limite. Isso porque a organização vem de temporadas consecutivas muito ruins no VALORANT, e precisa urgentemente de uma boa campanha na modalidade. Levando isso em consideração, shaW afirmou que se sente pressionado, mas que o elenco vai mostrar o porquê de ter sido montado desse jeito.

“A pessoa que entrar no sistema de franquia e falar que ela não se preocupa com o fato de ter resultado no curto prazo, acho que ela está mentindo. Indiferente de quem for e principalmente conhecendo o cenário brasileiro, né, porque o cenário brasileiro vem de um período muito ruim. Ela [pressão por resultados a curto prazo] me preocupa. Eu enxergo tanto essa FURIA quanto a 2Game como dois dos últimos elencos que envolvam cinco brasileiros nos próximos anos de franquia como ela é. Por que? Porque é um custo muito alto levar jogadores brasileiros por conta de visto e tudo mais. Jogador brasileiro tende a sofrer muito mais por falta de casa, família e coisas do tipo. É óbvio que todos nós nos sentimos pressionados. A gente quer dar resultados a curto prazo. Eu imagino que esse elenco vai ser um elenco de médio a longo prazo, comigo ou sem mim. É uma sensação que eu tenho. Esse daqui é um bom time e ele vai se provar. Mas a gente quer dar resultado a curto prazo, ponto. Por que? Porque isso é uma coisa que preocupa. Pode ser que alguém amanhã na minha posição fique disponível e a FURIA escolha por esse caminho. Então, a gente precisa mostrar ao que a gente veio cedo, entendeu? Mostrar bons jogos, mostrar bons resultados, pegar playoff, fazer com que bons times sangrem”, afirmou o coach.

Mas, afinal, se essa FURIA precisa tanto de resultados a curto prazo, em que patamar ela pode ser colocada para a segunda etapa do VCT Americas 2025? De acordo com shaW, a equipe atualmente pode ser colocada entre as cinco melhores com base nos resultados nos treinos — mesmo com basic jogando todos eles com ping alto por estar no Brasil. Apesar disso, o treinador ponderou que isso pode ser diferente dentro do torneio.

“A percepção pessoal que eu tenho é: a gente tem elenco para estar dentro do top-5 hoje, como a gente tem jogado os jogos dentro dos treinos. Quando eu falo top-5, é estar beliscando ali dentro do top-4 brigando firme com os caras. Por que que eu estou falando isso? Porque a gente treina com esses mesmos times e a gente vai muito bem nos treinos mesmo com o basic com 150 de ping. A gente sente que consegue jogar o mapa de maneira muito consistente. Óbvio, tem derrotas que não são pertinentes ao ping do basic. São coisas erradas que a gente faz dentro do servidor, mas a gente é punido. A gente sente que dá jogo, a gente sente que a gente consegue ser dominante. Uma das coisas que eu acho que melhorou o nosso parâmetro foi ter treinado com muitos times do Masters [Toronto] durante o período em que eles estavam. Então a gente conseguiu se testar em um nível de jogo que são os times que estão no Masters e sentimos que dava jogo contra os caras. Eu sinto que, quando essa equipe entrar dentro do servidor e jogar da maneira como ela percebe o jogo dentro do treino, a gente vai estar dentro desse modelo que eu falei: brigando contra os melhores. Mas, por enquanto, eu não tenho como falar que a gente vai estar dentro do top-4 porque é um elenco que envolve muitas pessoas novas, vivendo um campeonato que é continental. Pode ser que às vezes isso tenha um peso, mas, como eu vejo o time e como o time joga dentro do servidor, eu consigo enxergar que a gente tem teto para estar dentro dos melhores”, concluiu.

▶ Confira a entrevista completa com shaW em vídeo:

A FURIA estreia na segunda etapa do VCT Americas 2025 nesta sexta-feira (18), às 18h (de Brasília), contra a Cloud9. A organização não conseguiu a liberação do visto americano de Luis "basic" Henrique e da staff formada por shaW e pelo assistant coach Lucas "Kamino" Kamino a tempo de tê-los no jogo. Por isso, a equipe brasileira contará com o chileno Benjamín "Adverso" Poblete, que recentemente deixou a KRÜ Esports, como substituto de basic na lineup.

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