daiki explica relação com bstrdd: “Foi parte da minha família”

Além do título em si do VALORANT Champions Tour 2025 - Game Changers Championship por parte da Team Liquid Brazil, uma cena marcou a comunidade inclusiva brasileira de VALORANT: o abraço entre Natália "daiki" Vilela e Paula "bstrdd" Naguil, do MIBR GC, minutos depois da vitória na decisão no torneio. O gesto deu a entender que está tudo bem entre as duas ex-companheiras após a polêmica saída da própria jogadora chilena, que ficou três anos e meio na Liquid.

Perguntada a respeito da situação em entrevista exclusiva ao THESPIKE Brasil (veja em vídeo ao final desta reportagem), daiki voltou a explicar os motivos que fizeram a Liquid decidir tirar bstrdd do time e deixou claro que não se tratou de uma questão pessoal. Além disso, a capitã da Cavalaria justificou que a comunidade influenciou na narrativa de que havia um “impasse” entre elas, mas que, agora, o sentimento é de gratidão e tranquilidade.

“No começo, é muito do que eu tinha falado no vídeo da Liquid. A bstrdd tava sentindo os erros que ela tava cometendo, que a gente não tava mais curtindo algumas formas que ela tava lidando com algumas coisas, e assim, acho que ela estava ciente, mas é óbvio que é algo que não tem como você não ficar chateado. Você tá sendo kickada e isso obviamente chateia qualquer um. Mas, apesar disso, ela foi muito madura. Ela veio, conseguiu fazer um fechamento de ciclo com a gente, conversou com a gente, disse tudo que tinha pra falar, a gente também falou tudo que tinha pra falar pra ela, as coisas onde ela errou que a gente falou algumas vezes e ela acabou não escutando ou acabou não acatando, não melhorando naquele quesito. Ela super entendeu. Foi super tranquilo esse encerramento de ciclo. Só que depois teve os bafafás do Twitter, teve algumas coisas que ela não gostou de como a gente se portou, a gente não gostou de como ela se portou naquele momento em que as coisas não estavam muito claras para o público. E aí ficava: 'Pô, as pessoas estão falando mal da gente, as pessoas estão falando que a gente fez X coisas ou que a gente brigou”. E as pessoas falando mal, por exemplo, da isaa, que não tinha nada a ver com a história, e acabou criando esse impasse. E aí também as pessoas falavam algumas coisas dela que a gente não concordava, e a gente também não falava nada, e aí acabou criando esse tipo de desgaste”, afirmou daiki.

“Mas não era nada pessoal, nunca foi nada pessoal. E durante o ano a gente conversava, a gente continuou mantendo contato e tudo mais. Quando elas [MIBR] foram disputar o LCQ, a gente torceu muito por elas. Quando tava no mundial, a gente torceu muito por elas. A gente deixou claro que estava torcendo por elas. A gente via elas no hotel, a gente mandava mensagem de apoio e tudo mais. E acho que a única coisa que o pessoal achou que a gente tava brigada foi esse desgaste que acabou acontecendo. E acho que foi por conta da própria comunidade, porque eles acabavam falando coisas e aí ninguém desmentia e as pessoas acatavam como verdade. Ficou um ambiente meio estranho. Mas assim, eu sou muito grata pela bstrdd. Eu falei até na coletiva que eu sou muito grata por tudo que ela me ensinou. Eu aprendi muito com ela, a gente teve vários momentos em que a gente pôde crescer uma com a outra. Eu fiquei muito tempo com ela, teve época da minha vida que eu via mais ela do que minha própria mãe. Então ela fez parte da minha família de coração por muito tempo. Então é até injusto eu não comemorar ou então não ficar do lado dela em certos momentos ou, por exemplo, ela não ficar feliz com o que eu conquistei. Não faz sentido. Ela realmente foi parte da minha família por muito tempo. Então foi muito emocionante ver ela, foi muito emocionante poder abraçar ela e ver que ela tava vivendo aquele momento comigo, mesmo não estando no mesmo time. E assim: zero desgaste, zero briga. A gente até se encontrou no after party. Então, super de boa, super tranquilo mesmo”, completou.

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Entretanto, independentemente da relação pessoal fora do servidor, o fato é que daiki melhorou individualmente desde a saída de bstrdd. Em relação a isso, a IGL da Liquid explicou que a entrada de jelly fez com que gerasse mais liberdade para poder se concentrar no lado individual e ter menos preocupações com a parte coletiva, principalmente no lado da defesa dos mapas. Outro ponto apontado por daiki é que isaa, inclusive, também colabora bastante nas calls.

“Eu acho que muito disso sim tem a ver com a troca, mas não que a jelly seja muito melhor que a bstrdd ou alguma coisa assim. Eu acho que elas são peças diferentes. Eu acho que a bstrdd é muito boa, absurdamente inteligente. Só que um ponto muito positivo da jelly é que ela é extremamente comunicativa, e ela tem muitas ideias durante o jogo, e isso facilita muito pra mim porque, por exemplo, na defesa, quem dita muito o ritmo de jogo é a jelly, não sou eu. Então é algo que facilita a minha vida como IGL. Além de ter a jelly me ajudando muito no ritmo, tem a isaa me ajudando muito como second [caller], então eu consegui ter um pouco de respiro, sabe? Eu acho que a maior diferença é essa. Isso conseguiu me dar um alívio para poder desempenhar”, explicou a capitã da Liquid.

“E acho que também é muito por conta da preparação. Eu acho que é por causa disso, e também pelo conjunto da obra. Parecia que tava todo mundo muito consciente do que cada uma ia fazer e isso também me dava um pouco mais de respiro pra eu focar no meu individual. Então eu não precisava me preocupar se X pessoa ia lembrar de tal coisa ou se X pessoa ia ter um desenrolo bom em tal momento. Eu sabia que elas iam conseguir se virar, e eu não ia precisar me preocupar com isso dentro do jogo ou nem fora do jogo. Então fora do jogo eu consegui focar muito no meu individual. Jogava muita ranked, jogava muita DM. Não precisei me dedicar tanto em questão de VOD, principalmente nessa parte final do ano. Eu estava jogando muito mais DM, jogando muito mais ranked. Obviamente eu assisti aos jogos dos outros times, mas é algo que eu foquei bem menos. Antes eu assistia bem mais coisa, tentava implementar muito mais coisa no nosso jogo. E eu senti que dessa vez, nesse finalzinho do ano, eu não precisava, sabe? Todo mundo já tinha muita ideia, todo mundo conseguia fazer um desenrolo muito bem, e eu consegui focar mais em mim”, concluiu.

Essa foi a segunda parte da entrevista com daiki. Veja aqui a primeira.

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