Entrevista com Tixinha - Red Bull Campus Clutch 2022

Escrito por Marcelo Bensabath Writer
Atualizado emDecember 16, 2022 at 02:21PM
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Conversamos com o Tixinha durante a Final do Red Bull Campus Clutch - 2022 - World Finals que está acontecendo no Brasil, e perguntamos a opinião dele sobre a importância de eventos universitários como esses e como eles impactam positivamente o cenário competitivo de Valorant.

O RBCC 2022 contou com mais de 2500 equipes inscritas e a Grande Final aconteceu no Pacaembu, onde as melhores equipes de seus respectivos países puderam se enfrentar cara-a-cara durante uma semana inteira de competição.

O vencedor do evento leva pra casa £20,000 Euros em premiação, além de uma experiência única proporcianada pela RedBull.

THESPIKE: Eu gostaria de saber, do seu ponto de vista, qual é a importância de um evento deste tipo no sentido de preparar um jogador de nível universitário para o competitivo profissional? Dar a oportunidade para que eles disputem contra jogadores e equipes que estão nas mesmas condições que eles sem a pressão de estrear contra jogadores que já levam isso como profissão.

Tixinha: Acho que o ponto que eu levo muito a sério nesse tipo de campeonato, e que a gente fala muito na transmissão do Valorant, é que tem muito time que escolhe às vezes não pegar um jogador pro time, porque o jogador é inexperiente. Às vezes o cara é bom na ranqueada, mas ele é muito inexperiente. Esse tipo de campeonato, leva esses moleques que começaram a estudar e tudo mais pra ter essa experiência necessária às vezes pra dar um passo melhor e mais correto na direção de uma grande organização. Então, o cara que tá estudando, que tem a oportunidade de jogar um qualificatório, ganhar e vim jogar uma uma final presencial, ele já sai na frente dos outros que estão só jogando de casa. Então acho que esse tipo de evento, além de ser uma vitrine absurda, nossa, eu vi os caras jogando alí, são muito bons. Então, é uma vitrine muito absurda. Eu acho que, além disso, ele dá essa experiência, esse passo a mais pro cenário, pra essa galera não chegar tão crua. Dessa forma isso encurta muito aquele processo de ter que ensinar e ter que trabalhar para que um jogador desse possa ser campeão mundial de Valorant..

THESPIKE: Você acha que o Brasil vive o momento do Valorant? Até mesmo com o recente título mundial da LOUD, você acredita que este é o momento do jogo crescer ainda mais e chegar em novos lugares e a mais pessoas?

Tixinha: Sim, acho que agora é o momento, eu sinto que todas as mudanças, todo o crescimento do Valorant nos últimos dois anos aqui no Brasil, até brinco, né? Eu falo que hoje se você quer começar a jogar um jogo no Brasil, quer começar a jogar qualquer jogo competitivo é o Valorant.

Ainda existem vários outros jogos que você tem portas, mas hoje o Valorant é a maior porta. Ainda existem qualifiers abertos, ainda existe muita vitrine, os números de streamings crescem, campeonato, investimento, marcas como a RedBull fazendo esse super evento, organizações injetando muita grana.

Eu acho que é o momento e o ano que vem vai ser mais ainda, acho que o Valorant tá numa crescente muito absurda, eu passei um pouco disso no LoL né? Eu vi o jogo crescendo de um jeito muito legal, então tô super empolgado pelo futuro do Valorant. Eu acho que ajuda, né? A LOUD ser campeã ajuda, eles chegam com um grande nome agora pras franquias e etcétera. Eu acho que agora resta pra gente provar pro mundo que a gente não tem só um time, que a gente tem dois, três que a nossa região é forte, acho que é isso que o Brasil tem que tentar provar em 2023.

Palco do RBCC 2022 no Pacaembu
Palco do RBCC 2022 no Pacaembu

THESPIKE: Foi anunciado recentemente o sistema de franquias, e somente três times brasileiros vão fazer parte da Liga das Américas, você acha que esse novo sistema limita mais os jogadores de Tier 2 e 3, e consequentemente torna mais difícil o acesso desses jogadores ao Tier 1?

Tixinha: Limita um pouco sim, né? Não poderia falar que não limita porque os jogadores que estão no VCT Américas vão morar em Los Angeles, eles não vão estar mais no Brasil, né? Então eles vão jogar outra fila ranqueada, vão estar jogando em outro lugar, mas eu acho que isso também dá aquela idéia pro jogador que tá aqui no Brasil entender que se eu ganhar no Brasil eu chego lá, sabe? Então antes o objetivo era ganhar no Brasil, agora o objetivo do jogador é ganhar no Brasil pra chegar na franquia, da franquia aí ir pro Masters, e pro Champions. Então, acho que abriu uma porta diferente, né? O cara que vai jogar lá fora, o cara vai viver em Los Angeles, vai mudar a vida, é uma experiência totalmente diferente. Então, ao mesmo tempo que eu acho que afasta inicialmente, um novo objetivo pros caras que tão aqui, sabe?

THESPIKE: No Brasil ainda não existe esta cultura, diferente de países como Estados Unidos, Canadá e alguns países da Ásia e da Europa de investir no cenário universitário de esports. No sentido de criar uma estrutura para aqueles jogadores, com patrocínio, staff e tudo mais. Isso gera um enorme retorno tanto no cenário de esports regional como também educacional, e infelizmente isso não é algo fomentado no Brasil. Você acha que esse é um cenário que vem mudando ou você acha que o Brasil ainda está parado no tempo em relação a isso?

Tixinha: Eu acho que a gente tá muito atrás ainda, mas o que eu percebo, eu não sei ao certo porque eu não tô muito por dentro das faculdades, é que a iniciativa é sempre por parte dos estudantes. São os estudantes que levam pra faculdade, mostram o que está acontecendo, pedem para montar a equipe e a faculdade só confirma, sabe? Eu sinto que que é algo que sempre tem que partir por parte dos estudantes e não realmente da faculdade, em oficializar isso: Legal, nós vamos então, vocês cinco são um time, vamos dar a bolsa de estudos, nós vamos investir em vocês, pra vocês ficarem mais tranquilo, pra treinar, pra jogar. Então, eu sinto um pouco disso, espero ver as faculdades dando mais atenção, talvez, depois de uma faculdade ver um evento desse tamanho, eles pensem, tem alguma coisa lá, vamos fazer. Conheço algumas faculdades que já estão indo atrás, já estão tentando fazer. Então, espero que ano que vem cresça. Eu acho que só vai continuar crescendo se mais campeonatos como esse da Red Bull continuarem acontecendo. Se for uma coisa de um ano e nunca mais acontecer, ninguém vai fazer. Agora já é o segundo ano, ano que vem a gente vai de novo e se for continuar crescendo eu acho que as faculdades vão começar a investir.

Essa entrevista foi editada a fim de manter a clareza

Ele passou por todos os estágios de sua carreira nos esportes eletrônicos: jogador, técnico, gerente, negócios e muito mais. Jogou CS:GO e Overwatch de forma competitiva durante sua adolescência e teve a oportunidade de treinar várias equipes amadoras e profissionais de MOBA. Ele teve a oportunidade de contribuir com seus dois centavos para algumas equipes, como MVP, LOS e DragonX, e trabalhou com várias empresas de jogos, incluindo algumas bem conhecidas, como Level Up! e Epic Games. Atualmente, ele está estudando para fazer mestrado em Relações Internacionais em Kyoto, no Japão. "Tempo integral nos esportes eletrônicos desde que a Luminosity ganhou o Major"

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